O golpe da falsa portabilidade contra servidores públicos é mais uma armadilha que envolve empréstimos consignados. E não pense que esta fraude só acontece com pessoas de baixa instrução. Pessoas com alto grau de instrução tem comumente caído neste golpe. Por serem bem instruídos, alguns servidores ficam tão abalados e envergonhados que têm dificuldade de contar o que aconteceu e buscar ajuda.
PORTANTO, quais são os artifícios que essas pessoas utilizam para enganar essas pessoas com tanto grau de instrução?
Aqui, visando ajudar o maior número de servidores públicos e também pessoas que já se aposentaram, resolvemos escrever esse texto simples e prático, para você saber como reagir diante desta situação:
O que é a portabilidade de empréstimo consignado?
Como acontece o golpe da falsa portabilidade contra servidores públicos?
Como se proteger?
O que você deve fazer se foi vítima?
O que é e como funciona na prática portabilidade de empréstimo consignado?
A portabilidade de empréstimo consignado é a possibilidade de trocar o seu empréstimo atual por um novo, com o objetivo de reduzir o valor que você precisa devolver.
Mas como funciona na prática? Seria taxa de juros menor, redução do valor e/ou da quantidade de parcelas. Deste modo, considerando esta a diferença, quem faz a portabilidade recebe o “troco” da operação anterior, ou seja, um depósito em dinheiro diretamente em conta corrente.
Como acontece o golpe da falsa portabilidade contra servidores públicos?
Quem tem a intenção de praticar golpes contra servidores públicos sabe muito bem como funciona o mercado de empréstimo de consignado. Os estelionatários utilizam os detalhes para enganar o consumidor. Constroem um cenário perfeito para atacar servidores públicos desavisados.
Afinal quem são essas vítimas? Geralmente servidores públicos, com margem para nova operação.
As principais vítimas são servidores públicos que já possuem um contrato de empréstimo consignado, mas têm uma boa margem para outra operação. Normalmente, não são devedores contumazes, mas fizeram um empréstimo consignado para cobrir despesas pontuais, como a reforma da casa ou um problema de saúde, por exemplo. Eles têm noções financeiras boas e veem na operação uma oportunidade de conseguir juros mais baratos.
Falsa promessa de redução de juros e troco
Acreditando na falsa promessa e brilhando os olhos com a possibilidade de pagar menos juros e ainda conseguir um valor a mais, a vítima aceita fazer a “portabilidade de empréstimo consignado”. Na prática, a vítima faz um novo contrato de empréstimo consignado. E o valor recebido desse novo empréstimo é posteriormente depositado na conta de um “gerente” ou “superintendente” do banco, com o objetivo de “fazer a quitação” do empréstimo que seria portado. Mais tarde, no entanto, a vítima percebe que continua pagando dois empréstimos.
O depósito foi feito na conta de um estelionatário. A portabilidade nunca existiu. O golpista sumiu com o dinheiro. Esse é o resultado do golpe da falsa portabilidade contra servidores públicos federais que está se tornando cada vez mais comum no Brasil.
Afinal como eles conseguem aplicar o golpe da falsa portabilidade contra servidores públicos?
Pelo que temos visto, o golpe da falsa portabilidade contra servidores públicos federais é um tipo específico de golpe, bem arquitetado e organizado. É difícil percebê-lo, principalmente se você nunca tinha lido nada a respeito. Mas isso está mudando agora, pois vamos te contar detalhes de como funciona o golpe da falsa portabilidade contra servidores públicos, para você nunca cair nessa.
Operação que existe e é usual, com participação de correspondentes bancários
A portabilidade de empréstimo consignado é uma alternativa para quem quer trocar uma dívida de banco e conseguir juros mais baratos. Até aí, tudo bem. É uma operação que realmente existe e é bem usual. Além disso, também é comum que a operação seja realizada por intermédio de um correspondente bancário, como em tese acontece no golpe da falsa portabilidade.
Essas organizações criminosas estão muito bem estruturadas. Por isso, elas contam com estelionatários bem preparados e que conseguem convencer qualquer um de que se trata de uma operação legítima. É um verdadeiro teatro bem ensaiado que pode hipnotizar pessoas desavisadas. Portanto, a preparação e articulação do golpista são fatores que influenciam o convencimento da vítima.
Ponto Critico da negociação
O ponto mais crítico do golpe é o momento de fazer a vítima depositar o valor que recebeu no segundo empréstimo. Para conseguir isso, algumas vezes os estelionatários simulam uma conversa entre o servidor e um superintendente o gerente de banco. Um detalhe interessante é que os estelionatários entram em contato por meio de ligações com o DDD de Brasília. Além disso, os documentos falsos que são apresentados durante os contatos são idênticos aos utilizados pelo banco. Inclusive, já vimos documentos com a mesma logo do Banco Central, o que torna ainda mais convincente o golpe. Agora que você já sabe detalhes do golpe, veja algumas dicas para se prevenir.
Como se proteger do golpe?
É prática comum neste mercado que os contratos sejam realizados por intermediadoras financeiras. Portanto, o fato de você não falar diretamente com o banco não é um indício de golpe. Mas tenha atenção redobrada com empresas que você nunca tenha se relacionado antes.
Corra dos pagamentos antecipados que não sejam feitos diretamente ao banco, criminosos que praticam o golpe da falsa portabilidade contra servidores públicos têm uma maneira bem comum de meterem a mão no seu dinheiro. Eles solicitam pagamentos antecipados em nome de empresas de fachada ou de pessoas físicas “laranjas”, os supostos superintendentes ou gerentes.
Nos casos de portabilidade pura, a operação é feita diretamente entre os bancos, por meio da Câmara Interna Interbancária, CIP. Deste modo, o dinheiro sequer passa pela mão do consumidor, com exceção do troco. Por outro lado, sabemos que também há operações em que o consumidor toma um valor emprestado de um banco para quitar um empréstimo com outro banco. Esse pagamento é feito diretamente para o banco. Portanto, em hipótese alguma realize depósito ou pagamento em nome de terceiro que não seja o banco.
Cuidado com as ofertas boas demais para serem verdade. Como já falamos, normalmente as ofertas não são fora da realidade. Ou seja, para que não haja desconfiança, utilizam valores similares aos de uma operação real. Mas já vimos também promessas de redução fantástica de juros com um troco bem relevante. Assim, tome cuidado com dinheiro fácil e rápido.
Foi vítima do golpe da falsa portabilidade contra servidores públicos?
Se você seguir as dicas que demos acima, será difícil cair num golpe. No entanto, podem te pegar desprevenido em algum momento e, de repente, você se vê com uma dívida a mais e ainda sem o dinheiro emprestado.
A responsabilidade dos Bancos no golpe da falsa portabilidade contra servidores públicos
O Superior Tribunal de Justiça já colocou uma pá de cal nesse assunto com a Súmula 479, e é com base nela que matamos o argumento dos bancos de que “não têm culpa de nada”:
As instituições financeiras respondem objetivamente pelos danos gerados por fortuito interno relativo a fraudes e delitos praticados por terceiros no âmbito de operações bancárias.
Além disso, via de regra, essas operações são realizadas com o intermédio de um correspondente bancário, o que atrai a aplicação da responsabilidade objetiva decorrente da cadeia de fornecimento do Código de Defesa do Consumidor.